Objetivo

Aprimorar nosso conhecimento nos estudos direcionados a Linguística II.

Alunos

Jorge, Ana Dalete e Samara, alunos do 2° Período de Letras (Hab.Inglês)

Público Alvo

Alunos e professores interessados nas atividades aqui desenvolvidas.
 

Síntese - A coesão como propriedade textual: bases para o ensino do texto.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ANTUNES, I. A coesão como propriedade textual: bases para o ensino do texto. Calidoscópio, Vol. 7, n. 1, p. 62-71, jan/abr 2009.
Na dimensão do sistema em potencial e do sistema em uso da língua, a Lingüística justifica-se pelo seu empenho de alcançar a totalidade de seu objeto e apreender a dimensão global da língua, focando a atividade da linguagem um processo discursivo e interacional. Desse modo, a textualidade fundamenta-se, no caráter sistemático e na dimensão funcional da língua, que se completa pela múltipla e diferenciada utilização de seus usuários revelando as complexidades inerentes à prática do exercício lingüístico.
                Tais dimensões possibilitam diferentes tipos de articulação que devem se ajustar de forma que resulte um todo unificado. No exercício comum da linguagem, o contexto de coesão aplica-se aos dispositivos utilizados para relacionar os diversos segmentos com que se pretende construir as unidades de comunicação, pois um texto requer mais que um aparato lingüístico perceptível. O texto dispõe de uma superfície que deve estar organizada através de uma seqüência linear de palavras que devem sujeitar-se a determinados princípios de organização para constituírem-se como textos. O encadeamento dos dispositivos coesivos destina-se a assegurar a continuidade necessária para que a seqüência possa ser reconhecida como coerente e apropriada.
Entretanto, somente a organização da superfície e continuidade dessa organização não são suficientes, a organização do texto deve manter relação com uma organização empírica do leitor onde através dos elementos do texto se ativará e tornará o sentido perceptível. Dessa forma, a continuidade do sentido texto e as percepções do leitor exercem grande função na coerência, ambos com a missão de garantir sentido. A continuidade seqüencial do texto aparece sob duas formas: numa dimensão microestrutural, que refere-se às subpartes da seqüência, ou seja, as frases, e numa dimensão macroestrutural, ou global, referente ao texto como um todo, ou seja, um conjunto de microestruturas. Para garantir a coerência essas dimensões se articulam de um modo que resulte em um todo unificado, para um texto fazer sentido ele deve conter uma macroestrutura microestruturalmente organizada.
                Assim, construir um texto não implica simplesmente justapor uma série de frases, é necessário que tais elementos estejam bem estruturados. A unidade semântica do texto é construída no encadeamento hierárquico, por esta razão é que a continuidade de sentido do texto, parte significativa de sua coerência, não pode ser dissociada da forma como se estrutura a continuidade da superfície. No entanto, a organização coesa e coerente de um texto resulta de um principio unificador, de maneira que, pela sua formulação asseguramos a progressão e a continuidade, uma vez que nada é introduzido no texto sem vinculação de elementos precedentes ou seguintes, visto que cada modificação pode envolver acréscimos ou alterações ao já introduzido no espaço textual. 
                Ocorre, no entanto, que a coesão constitui apenas parte dos dispositivos lingüísticos textuais, apesar dela ter sido definida como um recurso “comum ao texto de toda espécie”, não se pode admitir que a coesão abarque sozinha os mecanismos de criação do texto. O que capacita as pessoas para discernirem sobre o que pode ou não aceitar como texto ultrapassa a mera ocorrência de expedientes coesivos. Destacam-se assim os seguintes elementos:
·         O conjunto de fatores externos
·         O conhecimento de informações prévias
·         A superestrutura do texto
Em suma a coesão se define como um recurso do encadeamento dos segmentos do texto, de maneira que seja assegurada a necessária continuidade e a imprescindível unidade que caracterizam as realizações textuais apropriadas e relevantes, uma vez que os meios requeridos para que esta continuidade e esta unidade se efetivem são inesgotáveis e representam uma das condições para que seja providenciada a coerência da textualidade.
Compreender em que consiste a coesão, reconhecer quais as funções que desempenha para a organização coerente do texto corresponde à primeira condição para que se possa desenvolver um trabalho relevante de ensino do texto. Acontece que os estudos do texto têm avançado significativamente, ou seja, hoje os limites para entendimento da linguagem são bem mais amplos que aqueles centrados na gramática, na sua estrutura e “correção” de seus usos. O ensino empreendido na escola não pode ignorar essa abertura de perspectiva a que tem sido submetida à atividade da linguagem. Explorar a coesão é de certa forma, explorar também a coerência do texto.
Em suma, o texto é um terreno onde acontecem todos os fenômenos de ocorrência da língua, onde todas as regularidades de uso das linguagens podem ser surpreendidas. Evidentemente, a opção por fazer do texto, oral e escrito o eixo de ensino traz repercussões à organização da escola num todo, e é necessário apoio da comunidade escolar, para que convencidos da relevância desta opção possamos mudar as atuais falhas do ensino e assegurar que o aluno adquira a habilidade de ler e escrever com coerência e coesão.

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