Objetivo

Aprimorar nosso conhecimento nos estudos direcionados a Linguística II.

Alunos

Jorge, Ana Dalete e Samara, alunos do 2° Período de Letras (Hab.Inglês)

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Alunos e professores interessados nas atividades aqui desenvolvidas.
 

Fichamento de Resumo - Repensando a Textualidade

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

COSTA VAL, M da G. Repensando a textualidade. In: AZEREDO, J. C (org.) Língua portuguesa em Debate: conhecimento e ensino. Petrópolis: Vozes, 2000.

Como textualidade, entende-se o aglomerado de características que fazem com que um texto seja considerado como tal.
A Linguistica Textual teve seu desenvolvimento na Europa no final dos anos de 1960 e dedica-se em estudar a constituição do texto e seus fatores de produção e recepção. A LT até os dias atuais busca elucidar questões que vão além dos limites frasais, como o texto e o discurso, interessando-se menos em produtos e mais em processos, como enunciação, interlocução e suas condições de produção. Com o intuito de favorecer o campo da textualidade, sugere-se retomar esse conceito a fim de considerar as contribuições advindas da Análise do Discurso, Pragmática e Análise da Conversação, por exemplo. Para tanto, se faz necessário rever as tendências que marcaram a LT.
Para Maria-Elisabeth Conte, a LT passou por três perspectivas de estudo. A primeira da análise “transfrástica” focava as relações entre enunciados e seqüências, interessando-se por questões como correferência, emprego do artigo ou correlação entre tempos e modos verbais, hoje referentes á coesão.
A segunda perspectiva focaliza o texto como objeto cuja sua significação é um todo resultante de operações lógicas, semânticas e pragmáticas. O interesse volta-se para construção de “gramáticas do texto”, cuja função seria descrever e explicar a competência textual do falante, instituindo princípios de sua constituição bem como apontar critérios de sua delimitação e completude, determinando uma tipologia de textos.
Segundo Conte (1977), no terceiro momento intencionou-se a construção de “teorias de texto” que privilegiavam as questões pragmáticas, uma vez que a compreensão do sentido do texto não termina ou se resolve nele mesmo, mas sim na relação dele com o contexto no qual se situa. Para Schmidt (1973/1978) a textualidade engloba questões lingüísticas e sociais.
Beaugrande & Dressler classificam o texto como uma “ocorrência comunicativa” e buscam compreender o seu funcionamento na interação humana. Comprometidos com “o estudo do uso da linguagem como atividade humana crucial” postulam sete princípios constitutivos da textualidade.
Ø  Coesão: Como princípio que garante a conexão mútua entre elementos textuais.
Ø  Coerência: Como resultado dos processos cognitivos dos usuários do texto, ou seja, o sentido do texto que se constitui através do conhecimento empírico de seus usuários.
Ø  Intencionalidade: Pressupõe que todo enunciado parte de um locutor e busca um interlocutor, sempre com a intenção de comunicar algo, esteja isso claro ou implícito nas interações verbais.
Ø  Aceitabilidade: Sugere que os textos se transformam em gêneros textuais que são aceitos pelos usuários como discurso socialmente convencionados e adequados para cada situação.
Ø  Informatividade: Relaciona-se aos conteúdos informativos do texto. Sendo assim, todo texto é informativo, pois não há enunciado vazio de informação.
Ø  Situacionalidade: Tem a ver com o contexto, a circunstância sociocultural e a forma de como isso interfere na produção e recepção dos textos.
Ø  Intertextualidade: Constitui um conceito importante para a compreensão do processamento dos textos pelos falantes. Onde se encontram visões de mundo, opiniões e teorias vindas de outros discursos.
Assim, tais padrões de textualidade são entendidos pelos autores como princípios constitutivos da comunicação textual que funcionam juntamente com eficácia e adequação. Já que os sentidos dos textos são construídos na interação entre autor e interlocutor, devemos levar em consideração todos esses elementos como ferramentas que viabilizam a compreensão e sentido da produção textual.
Diante das concepções apresentadas, Charolles formula quatro meta-regras de coerência que enfatizam a manifestação do conhecimento linguístico-textual dos falantes como um meio de sinalizar e promover um desenvolvimento semântico constante.
·         A primeira meta-regra, chamada de repetição, considera que para um texto ser micro e macroestruturalmente coerente é necessário que em seu desenvolvimento haja elementos que possam retomar idéias anteriores.
·         A segunda meta-regra, da progressão, acredita que para que um texto seja totalmente coerente é necessário que durante seu desenvolvimento sua contribuição semântica seja apresentada de forma progressiva.
·         A terceira meta-regra, referente a não-contradição, pondera que no desenvolvimento do texto não deve ser introduzido nenhum elemento semântico que contrarie algum conteúdo posto anteriormente, pois cada parte do texto deve fazer sentido a uma parte anterior.
·         A quarta meta-regra, de relação, infere que para uma seqüência ou um texto sejam coerentes é necessário que os fatos descritos tenham relação com fatos reais.
Tanto Charolles (1978) quanto Beaugrande & Dressler (1981) apontaram a natureza sócio-interativa da textualidade, embora ainda seja comum encontrar concepções que têm como foco o produto em si, priorizando a análise formalista do texto. Tais posições ignoram o percurso Linguístico da década de 1970 até hoje e a contribuição de seus estudos para teorias como, por exemplo, da enunciação e análise do discurso. É necessário que o texto seja pensado como um todo, e não como um produto, para tanto é preciso que no âmbito educacional os fatores de textualidade sejam priorizados para que possamos construir produtores e receptores eficientes através da compreensão desses princípios.

2 comentários:

• Prisciℓℓα, Alane e Valéria. disse...

• Fichamento bastante informativo e principalmente, com as idéias principais do texto de Costa Val. Bem elaborado o trabalho de vocês!! :D

_mozi disse...

adorei!

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